sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dia dos namorados chegando, o que você dará de presente este ano?

O dia dos namorados está por vir, o comércio vibra com cada vez mais propostas de presentes, que vão desde a romântica e tradicional caixa de bombons, até carros e jóias, de perder o fôlego nos cifrões desmedidos. Amor para todos os gostos, todos os bolsos. Jantarzinho, troca de presente, beijinhos, promessas de amor, é lindo de se ver..
Dia 12 de junho na real, para quem curte uma dor de cotovelo pode ser o dia mais divertido de se passar sozinho, basta ter senso de humor, nada de auto-piedade e poder de observação.  Comece observando as filas nas pizzarias, motéis, mãozinhas dadas, mesas para dois  não três, casais engraçados, bizarros, outros parecem que saídos de revista e a constatação que os feios também amam.. nossa é engraçado analisar o amor pela "vitrine" quando não se tem um. Momento de reflexão, mas sem crise existencial, convenhamos.
Já passei dia dos namorados sozinha, afinal quem nunca passou? Mas minha maneira de ver as coisas foi mudando e a famosa "deprê junina", foi se transformando em dia de explorar a criatividade de "ser feliz sozinha". Dica: pense no presente que vc teria que dar e compre algo bem bonito para vc, mande flores (por telefone e cartão de crédito fica mais romântico com vc mesma) mas se não for, leve para o lado engraçado e comente para a florista o quanto é bom namorar a pessoa mais maravilhosa deste mundo. você. kkkk já fiz isso, não tem como segurar o riso, e assim não se corre o risco de pensarem que vc gosta da mesma fruta (nada contra, mas nada mesmo).
Passei algumas destas datas com minhas amigas tb, era divertido, uma dava presente a outra como forma de solidariedade. As mulheres são incríveis quando não tem um mesmo alvo como disputa, o instinto materno consegue aflorar em situações como esta.
Estava em uma livraria ontem, dando uma olhada nos livros "da moda" e recomendados como presente para o dia dos namorados. Surtei.
Como sugerir a uma homem apaixonado que dê a sua namorada um livro como "por que os homens amam mulheres dominadoras", ou algo assim? Tb existem outros do gênero, Homens de Marte Mulheres de Vênus, Mulher polvo Homem Cobra, e o pior: Mulheres inteligentes, escolhas insensatas.. e o prêmio pérola um título que não lembro bem mas é um manual para homens, que dá dicas de "conquista" para cada semana do ano.. nossaaaaaa esse mundo tá perdido mesmo.. onde foi parar o romantismo? Repito, não quero agredir os autores destes livros, que vejo utilidade, tornam as mulheres mais seguras em certas ocasiões, e de fato este tipo de livro vende. O problema é a abordagem da tal livraria, utilizando estes títulos como sugestão nesta data.
Lembro de ao menos uma década atrás, onde o sexo não era tão "liberado", que os presentes eram mais tradicionais, ursinhos e pelúcia, flores, perfumes, carteiras, (meias era o sinal do fim chegando), mas imaginem um namorado chegar para a menina com um presentinho "quente" da sex shop? Ficaríamos vermelhas, roxas e até ofendidas.. calcinha e sutiã já era abuso...risos . E hoje é assim, a sexualidade é explorada ao extremo, o romantismo esquecido e o apoio a fundamentação de "ser autosuficiente e SENHOR do sexo oposto" é a moda.
 Fico feliz quando ainda vejo homens comprando flores, e tb derretida ,quando os vejo criativos e apaixonados bolando surpresas emocionantes como outdoor com declarações de amor, chuva de pétalas (para quem tem bolso para isso), até cestas de delícias entregues em casa ou no trabalho..de surpresa.
Espero sempre que o mundo progrida, busco alternativas para tornar a vida mais linda, gosto da idéia de as mulheres cada vez mais se tornarem independentes, mas em matéria de amor, prefiro o antigo e bom cavalheirismo.
Quanto a mim tive sorte, e vejo isso plantado na personalidade do meu filho, que volta e meia arranca uma flor e me presenteia, que respeita as meninas e é tão interessado nos mínimos detalhes que o mundo feminino apresenta, só peço que papai do céu ajude a dar a ele uma namorada que goste de ser mimada, como a mãe dele é, e quem não der presente a ele no dia dos namorados vai se ver comigo..kkkkk

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A "cultura" da Bahia


Embora meus quase trinta, minha vida por vezes considerada rotineira, consigo lembrar claramente dos agitos, amores, desamores, empolgações e decepções dos meus saudosos 18 anos.. Conversando com um amigo sobre "pão-durice alheia" e também um pouco sobre viagens lembrei de uma  pitoresca viagem que fiz a Porto Seguro.
Como já contei anteriormente, morava no interior do Estado e sempre fui metida a ser dona do meu próprio nariz precocemente. Um dia conversando com um namorado que tinha na época, falei sobre viajarmos. Nada melhor que uma boa e longa viagem para se descobrir com quem se divide a vida..rsss Mas isso eu constatei lá, precocemente..
Conversa amadurecida, dinheirinho suado, guardado por uns meses e agência de viagens para informações. Pacote comprado, parcelado (cada um paga o seu, ok?, sendo que ele ganhava 5 vezes mais q eu, mas a mulher mega independente sugeriu, pedido aceito). Bem vamos aos planos, ficamos na casa da tia em POA para conseguir estar no aeroporto as 7:00 em pto.
A primeira noite:
Como combinado, fomos para a casa da tia (dele) que era muito mas muito liberal e perceptiva.kkk.. óbvio que eu morrendo de vergonha, dormi no sofá-cama da sala ao lado dele, para mim  era como estar fazendo "algo errado" na frente do nariz de um familiar..mas era óbvio, namorávamos ha algum tempinho e iríamos viajar juntos, claro que dormiríamos juntos por pelo menos alguns dias (que novidade)..mas eu ficava com vergonha, coisa de guria.
De manhã como de costume, acordei antes do galo cantar, olhei o relógio, tava quase na hora de despertar;;.. carinho, beijinho..a criatura não acordava, decidi usar a minha parte de sangue português e fazer-lhe um "carinho" à altura.. um bom tapa no traseiro, o que eu recebo? um oi, bom dia querida? Não. Um aiiii o que é isso? Não. Pior. Um enorme "pum" quase que no rosto, acho que o traseiro acordou antes da boca..kkkk imaginem o escândalo, eu nunca tinha visto meu namorado soltar pum, e ele me apresenta essa façanha horas antes de fazermos uma viagem romântica..é para matar.. o principe começara a virar sapo.
Bem, avião..coisa de outro mundo, para ambos, confesso.. mas a cara de pânico e suador que partiam dele era de pensar em desembarcar, o cara tava com muito medo.. quase não falava comigo e eu, sempre comunicativa tentava levar um papinho ameno, mas era como se estivesse conversando com um boneco de cera. A viagem toda.
Desembarque, calor terrível em pleno fevereiro, mas já esperado.. Baianas caracterizadas nos esperando, uau, a viagem promete.. passeiozinho, entrega do casal ao hotel, tudo lindo. Minha primeira surpresa fora do RS: eu namorava um naturalista enrustido..kkkkkk, O cara chegou no quarto (que tinha uma sacada com rede, de vista bonita) e decidiu entrar no clima tropical, ficou nú em pelo..
Achei que era sacanagem.. que logo ele iria se vestir, mas não. Era estranho ver uma pessoa nua andando para lá e para cá, deitando na rede, dormindo, bebendo, sempre pelado.. ele era meu namorado, mas confesso que não tinha visto ele sem roupas por tanto tempo no nosso mais de 1 ano de namorico.. decidi não esquentar.
Passeios, a noite prometia, como eu era uma menina segura, previnida, deixei meu dinheiro no Banco levando pouca coisa na carteira, o débito em conta já existia..
Mãos dadas, a caminho da passarela do álcool, risadas e uma constatação..perdi meu cartão..estava aqui, na bolsinha..não, não estava mais. Pronto, naquele momento senti minha independência escorrer pelo ralo.
Era feriado de carnaval, não havia como entrar em um banco no dia seguinte e explicar minha situação com minha identidade em mãos, não tinha como sacar dinheiro. Ele tinha que "pagar" tudo. aí surgiu uma cadernetinha..com todos meus gastos, até almoço era pago meio a meui..comecei a me irritar, que cara pão-duro eu pensava.. e aquele monte de artesanatos, tudo eu queria levar e para pagar: consentimento. Ou não consentimento. Ele levara talão de cheques, não custava emprestar as folhinhas, nem seriam descontados antes de voltarmos para casa, mostrei um extrato afirmando que eu TINHA DINHEIRO poxa.. mas nada, filho da mãe.
Os programas idealizados por cada um eram diferentes, eu queria compras, festinhas, culinária e ele praia, praia e praia, se possível sem gasto. Ahhhhhh como eu não percebera isso antes, com que eu vivera nestes últimos tempos? Um desconhecido?
Passeio em Trancoso, outras praias até uma longe bem longe que não lembro o nome.. sei o trajeto. Hotel, passarela do álcool, balsa, ônibus da prefeitura, chegamos ao local..era uma pequena vila, com muitas lojinhas..para chegar na praia, uma escadaria enorme, descer era fácil mas já imaginava subir.. Fomos para passar o dia, de roupas de praia, eu com um shortinho e biquini, ele só de bermuda, bolsa com toalha, protetor, câmera fotográfica, dinheiro "dele" e documento.
Caminhamos muito, mas muito. Eu queria parar, não aguentava, mas ele dizia que tinha uma "barraca" tradicional mais adiante, que estávamos fazendo o caminho pela praia, mas que existira outro (pensei, que demônio, para que caminhar tanto se existe caminho mais curto?). Ok chegamos ao aglomerado. Era muita gente, demoramos para conseguir uma mesa, estava para acontecer um show de forró, algo assim. A mesa era do lado do palco. Começa o show, eu irritada, chata mesmo (creio q com razão) queria ir embora mas ele, turbinado de cerveja adorou quando viu as dançarinas com suas saínhas rodadas fazendo piruetas e passinhos eróticos. Não teve piedade, começou, na minha frente, a fotografar literalmente as "bundas" que se aproximavam, não acreditei, disse a ele: que absurdo, seu tarado, tirando foto do traseiro das mulheres e ele me dá a resposta de ouro da viagem: Não, estou tirando foto da CULTURA DA BAHIA. Sim bunda mudou de nome.
Com muito ódio no coração e sentimento de vingança viro as costas e vou embora, valente, sabendo q a caminhada era longa, e com uma pequena esperança que ele se retratasse e fosse ao meu encontro. Que nada, continuou ele, a cerveja e a cultura.
Apressei o passo, caminhada, escadaria, mosquitos me picando ao cair da noite, passei mal com a caminhada longa e corrida, chegando na vila pedi para ir ao banheiro em um bar. Imaginem meu estado, devia estar péssima, com cara de dor de barriga, pois não deixaram eu utilizar, comprei uma água e o acesso foi permitido.
 Lojinhas. AHAAAAAA, Percebi que eu estava em poder do dinheiro (até hj não sei como ele pagou a cerveja), fui as compras. Mudei o figurino, estava com frio comprei camiseta, bermuda e até chapéu..kkk era noite mas eu estava me vingando, lembrem-se.
Tinham duas alternativas para a volta: ônibuis da prefeitura ou kombi que quando enchia, saía e era paga. Escolhi a kombi.
Um cara enorme sentou ao meu lado, feio que doía, já passou a mão por cima de mim, lá no fundão, eu rezava para que chegasse mais gente e a droga do veículo saísse..para minha surpresa, quem estava chegando? Sim ELE.
Subiu na kombi, percebi que algum dinheiro ele tinha depois desta escolha. sentou-se lá na frente, não me viu "abraçada" pelo feioso, o ônibus chega, todo mundo desce para pegá-lo afinal é de graça..quem ficou na Kombi? Eu, o m,eu mais recente "namorado baiano" e ELE.. Ah não..tô fora.
Corri para pegar o coletivo e para minha surpresa meu namorado tb correu e conseguiu entrar, bancos separados, parecia que nem nos conhecíamos mais..Chegamos na balsa que estava saindo tb, corri na frente e dei um salto estilo Indiana Jones, a água já aparecia quando embarquei, mas logo pensei, ele não conseguiu..hehehe
Os mosquitos em Porto Seguro são famintos, passei os minutos sendo sugada pelos insetos que pareciam cúmplices do meu namorado, me dando o troco pelo "abandono".
Passarela do álcool, não pude acreditar. Olhei para trás ele estava lá, acho q conseguiu embarcar também, parecia mágica, feitiço, vudú. Vi uma barraca de uma senhora que jogava búzios e eu me joguei lá dentro. Sim, fui cobrada, 25 reais (na época valiam mais q hoje) para ela me dizer que não iríamos ficar juntos, q novidade..rss
Bem, de volta ao hotel, ele já estava ao banho..percebo um papelzinho, tíquete de revelação de fotos.. o desgraçado se fissurou tanto na cultura que já havia mandado revelar o filme da câmera. Pego o papel, vejo o endereço, bem pertinho do hotel, saltei para lá em busca da prova que ele tinha pisado na bola, iria documentar a sacanagem, finalmente. Resultado? "Moça, o filme "velou", queimou, não saiu uma só foto, é uma pena.... Arrrrrrrrrggghhh
Fiquei eu com cara de tacho, toda esta história acabou no dito pelo não dito, eu fiquei sem a prova da "traição" e ele sem a lembrança da CULTURA DA BAHIA. Placar: 0 X 0.
Nem preciso dizer que voltando ao sul o namoro acabou. Com direito a conferência de despesas no caderninho e pedido de desculpa por parte dele que nunca admitiu os erros. Mas acabou. Agradeço ao Estado da Bahia por me livrar de um futuro ao lado de um pão-duro desrespeitoso e mulherengo.

Desfecho da "massinha"

Só para finalizar a história que parecia com fim trágico, venho aqui anunciar que meu filho está bem. Descobri a cena do crime..rsss e tb co-autora da traquinagem.. Foi realmente na escola, na quinta-feira ,junto a uma coleguinha. Menininha linda com carinha de boneca, que com seus pequenos dedinhos fez em mil pedaços cada cor de massinha sob seu poder (relato da professora). Estava sentada ao lado do meu tão inocente filho..rssss imagino que, galanteador e gentil como é, deve ter "dado sumiço" às massinhas esfareladas da colega para ajudá-la. Sim, já que a coitadinha levou uma bronca da professora,com direito a bilhete na agenda e pedido de reposição do material "perdido". (KKKK Mãe super mega protetora e romântica além de tudo). Que nada, deve ter sido muito divertido uma brinadeira de humor negro, com título ao estilo dos filmes de Tarantino..que ao meu ver seria: "Elas cortam e nós limpamos"..rssss. Esse é meu guri, tem a quem sair.

domingo, 16 de maio de 2010

Filhos..se não tê-los como sabermos?

Hoje passei por uma situação delicada, a qual mais uma vez me fez pensar na responsabilidade que a vida está me impondo. A de ser mãe. Quando digo mãe, é MÃE assim em "Caps Lock", porque dar vida a uma criança embora não seja a tarefa mais fácil, é só parte do início, a maternidade vai além muito além de qualquer compromisso firmado, é uma relação de imortalidade que não nos explicam, descobrimos sozinhas talvez em momentos diferentes de nossas vidas algumas mais precipitadas como eu, (que já penso nos filhos que meu filho vai ter), outras talvez mais tarde quando realmente se surpreendem com o crescimento e maturidade dos filhos. Outras ainda talvez se preservem desta imortalidade, empurrando com a barriga a possibilidade de carregar um ser na própria barriga..rsss Quem vive, viveu ou viverá a maternidade entenderá meu desabafo:
-Mãe, tá doendo minha orelha
-Onde filho? Fora ou dentro?
-Na orelha. Acho que o Tigrão (cachorro) me mordeu,  e me mordeu aqui também (apontando para uma das nádegas branquinhas que uma provável pulga do cachorro se deliciou em morder)..
- Tá filho, mamãe passa um "sprayzinho mágico" (antiséptico) e logo passa.. a orelha deve ser de tanto colocar o dedo, que tá com a unha grande e por sinal suja....aiai..odeio quando ele dorme na casa dos avós, parecem fazer vista grossa para tudo hehehe até parece que não tive avós, ah que vida de princesa eles me deram..
De noite em casa ouço novamente:
- Mãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaae tá doendo minha orelha, doi muito e meu dedo também, "tá rasgado" foi o Tigrão.. (pobre cachorro, as orelhas dele quem deviam estar ardendo)
- Filho teu dedo não tá rasgado, é só um pequeno corte, vamos passar o sprayzinho? A orelha eu quero ver agora, cadê a lanterninha de leitura noturna da mamãe?
- Peraí tô vendo uma coisa..vou pegar uma "haste flexível" - (procuro não fazer propaganda de marca rss)
- AAAAAAAAIIIIIII
- Deus do Céu, tem uma coisa laranja lá dentro... só pode ser.. (em 5 segundos passaram-me 3 hipóteses: cerume de cor estranha, sangue ou massi..) massinha de modelar..não é possível!!!
Corro para a agenda da escola, como uma detetive a investigar possíveis indícios da "arte"..era sábado, bem, vejo sexta, nada de massinha, quinta..BINGO : brincadeira com massa de modelar. Pronto. Já sabia, hospital na certa, o guri já dizia que não estava ouvindo (ele é meio exagerado mas nestas alturas, acredita-se em tudo)..mas o choro era uma mistura, sono, irritação, dor, carência por ter dormido fora de casa enfim, cada mãe sabe o filho que tem e reconhece em seu choro, por sua intensidade, constância, presença ou ausência de lágrimas e também o choro que é relevante a aplicação de paleativos.
22 hrs, o choro era de implicância tb, só queria escovar os dentes comigo, mas não queria escovar, então eu oferecia o bico (sugerindo enforcar a escovação por 1 noite)  e ele se enchia de moral com seu 1,05m de altura me censurando, nâo aceitava sem escovar.... vi que um analgésico e um bom colinho daria conta até a manhã seguinte.
Manhã de domigo, que dia.. iniciamos na emergência, lá ele cantava, pulava, corria, sorria, quem via nem imaginava, me coloquei no lugar dos outros pais, com filhos ardendo em febre, desgrenhados, desesperados com suas crianças que choravam..pela primeira vez não me incomodei de esperar, até eu estava aflita com tanta "alegria e espontaniedade em pleno plantão médico" onde parecia que minha figurinha estava definitivamente no local errado, deveria estar em um playground (que vergonha, mas o que se faz com uma criança feliz cheia de massinha na orelha? xingar? dizer para ficar menos alegre? O negócio é deixar ser criança e eu sabia que o mal estava por chegar quando mexesse no "vespeiro".
Triagem, médica residente, constatação: corpo estranho no ouvido esquerdo: cor vermelho e verde (peraí, eu vi laranja)..encaminha para  Otorrino.. nossa, o guri já tava sentindo a batatinha assar..viu que não seria fácil e que ali não era uma festinha. Logo na primeira tentativa de raspagem, começou a berrar.. conversa vai e vem e nada de convencê-lo a ser bom menino, forte, valente, ofereço suborno, carta para a professora (seu amor), pedidos de "por favor", nada, ele não parava.
Otorrino: 2 opções, sedação ou contenção, precisa tirar q a coisa tá feia. Nessa altura eu não queria mais vê-lo gritar, queria que acabasse logo pensei em sedá-lo, para poupá-lo de traumas mas a burocracia venceu. Iria demorar horas até ele poder voltar para casa, encarar centro cirúrgico, internação, Céus a história estava ficando pior.. vamos na contenção. Eramos 4 segurando o piá, e ele gritando, chorando esperneando e dizendo estou ficando rosaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa não perguntei ainda pq ele disse isso, qual o mal de ficar rosa? rss pior se ficasse azul, cor de menino segundo ele..(eu e meu humor sarcástico) mas enfim, depois de muito choro, muita massinha de modelar foi retirada, e era um arco-íris, todas as cores estavam lá, inclusive a laranja, mãe não se engana..rss
Em resumo, não existe o que fazer para proteger nossos amáveis filhos de todo mal, os pequenos e grandes acidentes podem ocorrer fora de nossos olhos enquanto estão na escola, na casa de um amiguinho, na casa dos avós.. e até na nossa frente.
O fato é que estamos aqui não só para dar vida e zelar pela sobrevivência de nossos pequenos, não é possível prepará-los para o mundo encapsulando-os com cuidados, isso é impossível. Mas de uma coisa eu tenho certeza, o colo que conforta, o abraço que lhes é oferecido em suas frustrações, as palavras mágicas, pequenos "subornos" que trocamos por lágrimas (balinhas na bolsa sempre ajudam), demonstrações de afeto incondicional, estes sim ficam, se imortalizam na memória de nossos filhos e que caminharão para o resto de suas vidas junto às lembranças doloridas.. Sei também que, certamente sentiremos saudade do tamanho de nossos braços em relação aos seus corpinhos quando eles já estiverem crescidos, de pernas cabeludas ou usando sutiãs.
Espero sinceramente que meu filho tenha aprendido a lição e que não repita a peraltice..mas espero muito, muito lá no fundo que ele nunca se esqueça do amor que lhe tenho e que consiga imortalizar meus cuidados mesmo que desajeitados para seus filhos.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Violência brutal no estacionamento

Com muita tristeza e revolta, me obrigo a escrever sobre um assunto pesado, mas que infelizmente está se tornando comum no trânsito de Porto Alegre. A violência.
No dia 12 de maio, nesta quarta que passou, acordei cedo, um pouco cedo demais, liguei a tv, programinha rural matinal de tv aberta, aprendi sobre o preço da saca do milho, soja, etc..até que começou o telejornal. "Tragédia no trânsito" era a primeira notícia. Já não era incomum, pensei comigo mesma, "Deus, agora virou rotina ver logo cedo carros retorcidos, caminhões em colisão, álcool e direção, mortes de famílias inteiras?", Coisa para deixar o café da manhã amargo, pesado no estômago.
Acho que todos nós temos a ilusão de que cada dia que amanhece será "o dia" e que teremos boas notícias, que nos remeta alguma motivação pessoal, nem que seja  pela tv, jornal, qualquer meio. Mas estava reflexiva demais neste dia, e, para quem acredita em intuição feminina, sexto sentido, entenderá porquê.
Eram 10 horas na Praça da Matriz, onde os carros estacionam de forma oblícua e uma pessoa de minha estima sofreu grave brutalidade. Por motivo de um carro mal estacionado e outro que igualmente se "adequou" a vaga ao lado, um desentendimento se iniciara:  O sujeito que chegara segundos depois ao primeiro, seja qual fosse sua intenção, proposital ou não, bateu com sua porta por três vezes no primeiro carro. Quem não se revoltaria com este "insistente acidente" , mesmo que mal estacionado? Todos possuem seu dia de mau-motorista, não é mesmo? Saindo do carro para verificar o possivel dano ocasionado, a  ameaça já se fez presente pela outra parte. Uma manifestação de estresse, surto ou outro mal qualquer levou a conversa que poderia ser pacífica (afinal nem amassou a lataria) e acabar com um "desculpe", em uma briga desleal, cruel, covarde e inusitada.
Enquanto o meu amigo voltava para seu carro e deixara a porta aberta, o outro motorista simulava um telefonema em seu celular. Maléfico e calculista, chamou a atenção de um cidadão que passava por ali, pedindo "gentilmente" que "acalmasse" o AMIGO DELE pois estava nervoso. De boa fé e munido de atos samaritanos, o disposto pedestre atendeu ao pedido. Uma emboscada. Aproveitando-se do momento de distração, o surtado motorista, rendeu a golpes o homem ainda sentado em seu carro. Os socos vieram em direção à boca, que começara a sangrar, depois com a tentativa de esquiva (imagine a fragilidade de uma pessoa sentada, presa entre o volante e o banco do carro) as agressões passaram para o pescoço e golpes na nuca, momentos que podem ter durado horas na mente de quem estava sendo agredido, não imagino como deve ser, mas pelo relato, mil coisas passam na cabeça, desde a vida até uma morte absurda latente. Em resumo, munido de força pela própria sobrevivência,  o homem desvencilha-se do carro  e as agressões perduraram por um pequeno espaço de tempo, até que se conseguisse apartar a briga. E a história ficou assim, sem eira nem beira, com o agressor saindo a passo, deixando seu carro para trás, como se estivesse saindo de um cafezinho com amigos. Meu querido amigo, só perguntava ao agora "testemunha" quem era aquela pessoa, e a resposta não existiu. Era um desconhecido, de terno e gravata, com um bom carro, certamente bem empregado,dono de uma fúria voraz e impulsiva. Dono de uma patologia preocupante embora eu não seja capaz de distinguir mas de fato não era um ser normal a ponto de dirigir um carro. Fico pensando o que pode ter levado uma pessoa a atacar de forma tão irracional, em pleno centro da cidade, de manhã onde o dia recém começara, um desconhecido por motivo banal?
A violência no trânsito não começa nem termina na pista, faixa, na "tranqueira", mas na mentalidade daqueles que ocupam os veículos, no sistema falho de análise psicológica de condutores e na própria criação que vem de berço. Uma vida poderia ter se apagado, caso o autor (ou até mesmo o agredido) possuísse uma arma, mesmo de mãos vazias a coisa poderia ter sido pior.
Poderia ser com qualquer um de nós, homem, mulher, idoso, quem saberá dos "valores" deste cidadão? De que forma podemos nos proteger deste tipo de situação? É repugnante, revoltante tomar conhecimento e mais ainda ser próximo de alguém que vivenciou tal fato, penso em mim mesma, em meu filho que um dia crescerá e utilizará os estacionamentos privados ou públicos desta cidade.. Preciso de respostas, de alento, de justiça e principalmente de segurança em relação às questões do trânsito que não são relatadas nos jornais que vejo pela manhã.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Papo entre amigas

Hj me recordei de um papo que tive ha um tempo com uma grande amiga de infância, o tema era profissão x vida pessoal. Uma famosa "inveja branca" se é que existe este tipo de inveja inofensiva acompanhou nosso diálogo emocionado e muitas vezes acalorado com nossos argumentos contra nosso próprio estágio de vida, com uma espécie de defesa frenética pelo alheio lugar conquistado, coisa de malucas, um tanto de mulheres normais insatisfeitas eternamente.
Nossas vidas tomaram um curso diferente a partir do segundo grau, onde ela foi estudar no melhor colégio particular da cidade em que vivíamos enquanto eu, saltei de uma ótima escola para a mais democrática (para os bons entendedores..) que tinha na época. Lá eu conheci um mundo novo, onde me deparava com gente de tudo que é tipo, tribo, cor , opção sexual, faixa etária, renda..era estranho tamanha diversidade para uma menina que só convivia com um estereótipo, de escola particular onde todos pareciam ter saído da mesma encubadora, embora fosse a menos abastada de lá.
Comecei a trabalhar, meu primeiro estágio com 16 anos, me orgulhava de ter virado "gente grande" minha primeira aquisição foi o tão sonhado vídeo-cassete..kkkk era admirada por todos por tão precocemente encarar escola e trabalho, por opção própria já que não era uma obrigação ganhar dinheiro para me sustentar ou aos meus. Dali o distanciamento físico começou a acontecer além do emocional..não tínhamos assuntos em comum, nem amigos em comum, e nem mesmo maturidade para perceber que estas diferenças não deveriam afastar as pessoas e sim complementar, mas enfim.
Com o trabalho diário meus estudos acabaram sendo prejudicados e quando se começa a ganhar dinheiro, mesmo que pouco, é viciante, dei mais importância a atividade laboral, passei minhas aulas para o período da noite e desisti logo depois.. Terminei meus estudos de forma tosca, deficiente, em supletivo, mas incrivelmente passei de primeira em uma faculdade federal..mas isso é outra história.. Novamente não consegui administrar trabalho x sobrevivência longe de casa (agora o dinheiro voava das mãos ) x estudo..caí de novo.. Enquanto isto minha amiga já estava no meio da sonhada faculdade, com projetos de pós graduação etc.. e eu namorando como vento em popa...hehehe.. meus amores juvenis sempre tiveram espaço em minha agenda, não sei pq, será anormal?
O rumo foi este, ela estudando e eu trabalhando e namorando..casando..tendo filho..constituindo família.. eis o ponto de "desequilíbrio" total em nossas vidas e motivo de nosso papo.
Enquanto uma seguiu a ordem digamos que natural da vida (estudar, morar com os pais, trabalhar dentro da profissão escolhida) a outra inversamente casava cedo e se sentia emburrecida em relação à carreira e conhecimentos específicos. No nosso passar dos vinte para trinta estávamos em posições opostas, eu querendo a vida dela e ela a minha, afinal não tinha constituído laços muito fortes em relação a formação de família partindo do princípio "homem-mulher-filhos-cachorro (tenho 5), casa, etc..
Complicadas estas mulheres de quase 30, assim como a de cabelo liso quer cabelo crespo e vice- versa, sempre estamos em busca do que não possuímos e, felizmente, agradeço a Deus por ter plantado em nossa estrutura, junto com a invejinha "branca", a força para correr atrás do que não temos custe o que custar.. Estamos em busca do objeto de desejo ainda não concreto, mas agora a amizade ficou mais forte e com direito a pitacos, conselhos e lágrimas secas pelo lenço um da outra. Mulheres de quase trinta quem as compreende?

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Em que lado estou? 20 ou 30?


Boa tarde. Inicio a postar este blog com o assunto que não quer calar desde que a ideia de expressar a crise dos 30 gritou em meus ouvidos. Sim , gritou em meus ouvidos desde janeiro deste ano onde pessoas queridas cantaram quase como um hino o "Parabéns a Você" diante de um bolinho com pasta americana escrito"2.9" cheio de florzinhas em volta. Sim, foi o aniversário mais relutante de minha vida.. os amigos que pareciam até então fraternos, entusiastas e cheios de ternura, eram vistos por mim como recém saídos um vídeo clip do Michael Jackson "Triller", transformados, ainda graciosos mas caricatos ao pular de alegria presenciando meu último ano da casa dos vinte. Risos. Até dor de estômago tive neste dia, descoberta mais tarde uma úlcera..quantos anos ela teria?
Onde foi parar minha saúde juvenil, que comia maionese caseira e nunca dava de cara com salmonela? Que entortava o caneco e dançava até o dia clarear sem grades problemas nos dias posteriores..nada que um analgésico não resolvesse..dor nas pernas o que era isso?

Ah quem gritou agora em meu ouvido? não..não sou psicopata, desse mal me livrei e passei para outra fila, quando a opção era psicose ou criatividade, imagino uma fila "lá no céu" , (como se brinca com nossos excessos ou faltas de atributos ou defeitos de fabricação) de psicopatas simpáticos e criativos ao extremo..que confusão!!! A fila certamente seria grande e com batalha de egos rssss.. afinal ouço vozes, não como o personagem "Tarso" da novela global passada, mas como a mãe dele "Melissa" falando com suas "celulazinhas".. elas falam comigo, me cutucam na testa com uma ruga até então inexistente, com uma celulite que simplesmente surge e toma espaço sem ser chamada e até mesmo amolecem o que tinha de mais bonitinho no meu corpo. Isto é muita sacanagem.. Bem, resumindo esse aniversário, fiz minha primeira aplicação de BOTOX e certamente nunca mais direi que deixei de ter vinte e poucos.. ah isso eu não direi, e viva a juventude pós juventude, viva as celulazinhas psicóticas e os antiácidos companheiros (ao menos não são irônicos a ponto de cantar Parabéns a Você) .