sexta-feira, 14 de maio de 2010

Violência brutal no estacionamento

Com muita tristeza e revolta, me obrigo a escrever sobre um assunto pesado, mas que infelizmente está se tornando comum no trânsito de Porto Alegre. A violência.
No dia 12 de maio, nesta quarta que passou, acordei cedo, um pouco cedo demais, liguei a tv, programinha rural matinal de tv aberta, aprendi sobre o preço da saca do milho, soja, etc..até que começou o telejornal. "Tragédia no trânsito" era a primeira notícia. Já não era incomum, pensei comigo mesma, "Deus, agora virou rotina ver logo cedo carros retorcidos, caminhões em colisão, álcool e direção, mortes de famílias inteiras?", Coisa para deixar o café da manhã amargo, pesado no estômago.
Acho que todos nós temos a ilusão de que cada dia que amanhece será "o dia" e que teremos boas notícias, que nos remeta alguma motivação pessoal, nem que seja  pela tv, jornal, qualquer meio. Mas estava reflexiva demais neste dia, e, para quem acredita em intuição feminina, sexto sentido, entenderá porquê.
Eram 10 horas na Praça da Matriz, onde os carros estacionam de forma oblícua e uma pessoa de minha estima sofreu grave brutalidade. Por motivo de um carro mal estacionado e outro que igualmente se "adequou" a vaga ao lado, um desentendimento se iniciara:  O sujeito que chegara segundos depois ao primeiro, seja qual fosse sua intenção, proposital ou não, bateu com sua porta por três vezes no primeiro carro. Quem não se revoltaria com este "insistente acidente" , mesmo que mal estacionado? Todos possuem seu dia de mau-motorista, não é mesmo? Saindo do carro para verificar o possivel dano ocasionado, a  ameaça já se fez presente pela outra parte. Uma manifestação de estresse, surto ou outro mal qualquer levou a conversa que poderia ser pacífica (afinal nem amassou a lataria) e acabar com um "desculpe", em uma briga desleal, cruel, covarde e inusitada.
Enquanto o meu amigo voltava para seu carro e deixara a porta aberta, o outro motorista simulava um telefonema em seu celular. Maléfico e calculista, chamou a atenção de um cidadão que passava por ali, pedindo "gentilmente" que "acalmasse" o AMIGO DELE pois estava nervoso. De boa fé e munido de atos samaritanos, o disposto pedestre atendeu ao pedido. Uma emboscada. Aproveitando-se do momento de distração, o surtado motorista, rendeu a golpes o homem ainda sentado em seu carro. Os socos vieram em direção à boca, que começara a sangrar, depois com a tentativa de esquiva (imagine a fragilidade de uma pessoa sentada, presa entre o volante e o banco do carro) as agressões passaram para o pescoço e golpes na nuca, momentos que podem ter durado horas na mente de quem estava sendo agredido, não imagino como deve ser, mas pelo relato, mil coisas passam na cabeça, desde a vida até uma morte absurda latente. Em resumo, munido de força pela própria sobrevivência,  o homem desvencilha-se do carro  e as agressões perduraram por um pequeno espaço de tempo, até que se conseguisse apartar a briga. E a história ficou assim, sem eira nem beira, com o agressor saindo a passo, deixando seu carro para trás, como se estivesse saindo de um cafezinho com amigos. Meu querido amigo, só perguntava ao agora "testemunha" quem era aquela pessoa, e a resposta não existiu. Era um desconhecido, de terno e gravata, com um bom carro, certamente bem empregado,dono de uma fúria voraz e impulsiva. Dono de uma patologia preocupante embora eu não seja capaz de distinguir mas de fato não era um ser normal a ponto de dirigir um carro. Fico pensando o que pode ter levado uma pessoa a atacar de forma tão irracional, em pleno centro da cidade, de manhã onde o dia recém começara, um desconhecido por motivo banal?
A violência no trânsito não começa nem termina na pista, faixa, na "tranqueira", mas na mentalidade daqueles que ocupam os veículos, no sistema falho de análise psicológica de condutores e na própria criação que vem de berço. Uma vida poderia ter se apagado, caso o autor (ou até mesmo o agredido) possuísse uma arma, mesmo de mãos vazias a coisa poderia ter sido pior.
Poderia ser com qualquer um de nós, homem, mulher, idoso, quem saberá dos "valores" deste cidadão? De que forma podemos nos proteger deste tipo de situação? É repugnante, revoltante tomar conhecimento e mais ainda ser próximo de alguém que vivenciou tal fato, penso em mim mesma, em meu filho que um dia crescerá e utilizará os estacionamentos privados ou públicos desta cidade.. Preciso de respostas, de alento, de justiça e principalmente de segurança em relação às questões do trânsito que não são relatadas nos jornais que vejo pela manhã.

Um comentário:

  1. Onde está a fiscalização de trânsito nessa cidade??? Porto Alegre que é um modelo no trânsito já está sofrendo as consequências brutais desses bandidos que não respeitam o motorista cidadão, pessoas que usam a rua como sua propriedade particular, como no caso, ACHAM QUE PODEM FAZER O QUE QUEREM E DEPOIS FICARAM IMPUNES!

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